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terça-feira

A desonra e o modo honroso de fazer política



Querida aluna Jaqueline Costa Santana

Que bom trabalhar com tua turma da Pedagogia na FAP neste semestre que finda. Tu és tipicamente uma pessoa com jeito de professora. Deste sinais de que transcenderás o “modus” limitado do agir em sala de aula para seres educadora afetiva, meiga e forte na relação respeitosa e libertadora nos sujeitos envolvidos com o maravilhoso processo educativo, o mais significativo de todas as atividades humanas. 

Hoje trato contigo aqui e com meus milhares de leitores, quase meio milhão, dos problemas sérios que aparecem nas lutas em torno da Copa e das eleições deste ano. 

Além das lindas agitações da Copa do Mundo, felizmente no Brasil, já vivemos a campanha eleitoral que nos introduz no debate das escolhas de governadores, deputados federais, estaduais, senadores e Presidente da República. 

Tanto a Copa quanto as eleições chamam dois tipos de posturas, cada uma com seu horizonte prévio de visão de mundo, nada inocente, mesmo que algumas pessoas falem e defendam posições incoerentes com suas vidas cotidianas. 

Interessante, Jaqueline, a lei dos comportamentos desenha perfeitamente as ideias das pessoas quando falam e quando agem. Isso é marcante nas manifestações antes dos eventos maravilhosos da Copa e durante seus acontecimentos, com mudanças comportamentais, ora evidenciando as que fingiam quando diziam “não vai ter copa” e as que acreditavam nessa lenga-lenga. Da mesma maneira acontece nas arquitetações das campanhas eleitorais. 

Esse tema dá várias +Cartas. Agora reduzo a discussão na “mania” doentia que certos setores cultivam na destruição dos que pensam e agem diferentes do que pensam e querem para o País.

Parece-me que o problema transcende a cifra “fofoca” para derivar para os pensamentos e riscos de ações criminosas e desumanizadoras. Já sofreste de fofocas? Eu já e sofro seguidamente. Dói, minha amiga. A gente sente a clara sensação de que o que dizem é tão monstruoso e mentiroso que não tem nada a ver com qualquer indivíduo da espécie humana e muito menos com a gente.

Durante a campanha eleitoral de 2006 me assustei enormemente com as barbaridades que mentes doentias faziam circular por e-mails sobre o ex-presidente Lula. Doeu-me mais ainda quando em minha caixa postal eletrônica chegaram mensagens de pessoas de quem gostava muito que imaginavam que eu aceitaria tais barbaridades. Chamou-se a atenção que tais pessoas se afastaram de mim e seguidamente descubro que se envolvem em algum ato recriminável e antissocial, desconhecidos para mim. 

Em 2010 a situação de agressão ao outro cresceu. Bispos e padres católicos romanos faziam circular panfletos apócrifos com frases, discursos de autoridades nunca pronunciados. Da mesma forma com pastores ditos evangélicos, imensamente agressivos destemperaram ofensas tingidas de nazismo, eivadas de mentiras. Chegou-me um vídeo de um pastor rico de uma igreja batista rica de Curitiba, que montou um filme tecnologicamente perfeito, que rodou em dois cultos com templo lotado de brancos bem vestidos, um matutino e outro vespertino, com acusações teatralmente violentas e caluniosas contra seguimentos políticos do campo de esquerda, insinuando que todos esses militantes comem criancinhas e bebem o sangue dos ricos. A “pregação” do pastor era de arrepiar pelo conteúdo excitando ao ódio e ao rancor entre brasileiros, bastante aplaudido pela claque espiritual.

Vale ressaltar que os conteúdos, manifestações corporais e atitudes concretas efetivamente não respeitam as pessoas que pensam o contrário do que defendem tais agentes. Dizem coisas às pessoas e autoridades que jamais suportariam ouvir dizer às suas mães, pais, irmãos, irmãs, mulheres ou maridos. Os xingamentos à Presidenta Dilma são prova dessa falta de limites e de qualificação para o debate.

O Brasil é uma sociedade dividida, indiscutivelmente. Tal divisão é engendrada por quem fala mal, maltrata, oprime, fofoca, desrespeita, manipula e golpeia secularmente. 

O problema é que há setores que não aprenderam, a despeito dos 5 séculos que dominam o País, a debater, a dialogar e divergir com respeito, levando a luta no campo realmente político e não pessoal. 

Faço-me repetitivo ao reafirmar que a mídia dominante exerce péssimo papel em tudo que faz ao alimentar o ódio e a divisão violenta em nosso povo. Filmes e novelas são laboratórios do mal. A elite dominante escravizou com requintes de crueldade, a história é testemunha irrefutável disso, a ditadura perseguiu, prendeu, torturou e matou, o neoliberalismo roubou, privatizou, mizerabilizou e desempregou nosso povo, expulsando-o para longe de seus direitos. Isso tudo ainda é matéria bruta no inconsciente que produz tanta barbárie e falta de respeito entre irmãos.

O que mais me dói é me deparar com pessoas que sofrem as agruras dos que dão crédito aos que sempre tiraram tudo de nosso povo. Vejo trabalhadores/as a se transportar de ônibus desumanos, a se mover em cima de motos assassinas e vulneráveis a acreditar nas mentiras e violências dos bandidos que desrespeitam. Aqui em Goiânia o atual governador de direita, antissocial, acusado de inúmeros e tremendos crimes é cotadíssimo pelas pesquisas a ser reeleito no primeiro turno, tudo porque a mídia, que enche as burras com dinheiro público, nega o acesso do povo à verdade e brinda Marconi Perillo. Dói-me ver e ouvir colegas professores emburrecidos pelas leituras das revistas sem qualidade científica,  sem verdade e eles sem humildade para aprender e mudar visão e comportamento. Pergunto-me sofregamente o que ensinam em sala de aula, o que indicam para seus alunos, que autoridade têm? É triste saber de padres e pastores, sempre grudados em dinheiro, jogarem Jesus de Nazaré nos braços de César em troca de tanto lixo desumanizante, sem a menor consciência social e de desenvolvimento democrático. Descaradamente afirmam que não gostam de política quando a fazem da pior maneira na defesa do indefensável. 

Para pessoas tão agressivas assim o que menos importa é o Brasil. É a política desonrosa e injusta do toma aqui e me dá lá dos favores mesquinhos que buscam. Para elas não interessa a política necessária para a construção de sociedade mais justa, dominadas que são pelo egoísmo e  pela injustiça  politiqueira trocada pelos privilégios e alienações do povo. 

Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz.
Dom Oravandil: bispo cabano, farrapo e republicano, sem negar a gentileza no debate.



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