Israel
usou armas químicas contra os palestinos e os Estados Unidos apoiaram.
Agora, os Estados Unidos pagaram mercenários para usar armas químicas na
Síria para justificar uma guerra, acusam o governo e preparam uma
intervenção. As imagens abaixo são do uso de armas químicas por Israel.
Querido Bispo
Frank de Nully Brown
Obrigado pelo envio de sua mensagem a meu e-mail. Alegrei-me com
o compromisso de sua Igreja Metodista Argentina com a paz no Oriente Médio e
com o protesto que faz contra a guerra e o bombardeio eminente que o governo de
Barack Obama dos Estados Unidos se prepara para empreender contra o povo sírio.
Minha alegria se prende também ao fato de a Igreja Metodista
Argentina continuar o projeto de fidelidade histórica aos princípios wesleyanos
de compromisso social. Parabéns Bispo Frank de Nully Brown por esse engajamento
político libertador de sua igreja e de seu episcopado.
O senhor sabe que aqui no Brasil a Igreja Metodista traiu sua
história, principalmente a parte da história sublinhada por pessoas como o
pastor João Parayba Daronch da Silva, que combateu a ditadura de frente quando
ocupava o cargo expressivo de Secretário Geral de Ação Social, que lhe permitia
dialogar com Dom Helder, Dom Paulo Evaristo Arns e outros pacifistas
ecumênicos, profundamente engajados na luta social pela democratização do País
e na denúncia contra o barbarismo das torturas nos porões onde os covardes
atacavam pessoas desarmadas e inocentes. O senhor sabe que parte de sua igreja
aqui no Brasil participou do terror golpista e que gente como a família
Sucasas, entre elas o bispo César, eram comparsas espiões da ditadura militar,
que colaboraram para a prisão de alguns dos membros jovens e trabalhadores, que
militavam em frentes de luta contra a opressão. Porém, sua igreja contou com
grandes personalidades marcadamente progressistas como o bispo Almir dos
Santos, que viveu em Cuba e odiava os gringos americanos, como ele mesmo dizia.
O bispo Paulo Ayres, confuso muitas vezes, mas que honrou sua origem como negro e filho
de empregada doméstica, sendo incômodo à casta burguesa que dominava essa
instituição no País. Outro bispo de inesquecível memória, que crescia como
expressão nacional e internacional, graças ao seu compromisso com os pobres e
com a luta progressista pela retomada da democracia e pela construção da
justiça social, o angolano, bispo Isac Aço, morto em acidente de trânsito no
Rio Grande do Sul, honrava a missão profética do Reino de Deus.
Infelizmente, querido Bispo Frank, a Igreja Metodista, desde
as crises do final da década de 60, se encaminhou para os braços de um
pentecostalismo alienado, pietista e antissocial, abandonando todo o respeito
de que gozava, seu Credo Social e seus sonhos de luta. Seus concílios gerais
são pautados por conservadorismo e pela retirada de todas as relações mais
avançadas e ecumênicas. Seus bispos, na grande maioria, são medíocres e seus
discursos são chavões evangélicos superficiais, que descontextualizam Jesus, retirando-o
do mundo histórico, jogando-o num celestialismo bestial e sem sentido. Os
altares de seus templos viraram palcos de músicas barulhentas, alienadas e sem
nenhuma referência bíblica, teológica e social séria. Alguns bons teólogos e
pastores são relegados ao empobrecido campo da educação, cujas instituições são
verdadeiros antros de disputa por um poder em si, sem vida eclesial. Há pouco
tombou em São Paulo um de seus melhores, o meu amigo Dr. Elias Boaventura, que
colocou um advogado da universidade metodista de Piracicaba a me defender na
prisão da ditadura.
Porém, da Argentina de Chê Guevara e do Papa Francisco
levanta-se a voz profética dos bispos da Igreja Metodista. Nesta voz vocês
protestam contra a invasão da Síria pelo banditismo dos Estados Unidos.
Não concordo com o terrorismo de Bin Laden e de sua Al- Qaeda
como método de luta contra o imperialismo opressor dos povos. Mas em duas coisas
Bin Laden tinha razão: uma, os Estados Unidos são o império do mal. O traidor
dos negros, dos pobres e da paz, o fanfarrão presidente Barack Obama é um
covarde servidor do terrorismo dos Estados Unidos, espalhados pelo mundo inteiro.
A serviço das poderosas, insanas, diabólicas e desumanas corporações americanas
do petróleo e do ouro, joga milhares de jovens e de dólares roubados de todo o
planeta em cima do Iraque, do Afeganistão e da Líbia para destruir as
conquistas de seus povos e de suas riquezas. Agora o lacaio dos poderosos,
prepara a Otan para despejar destruição e morte sobre crianças, mulheres, trabalhadores,
idosos e o povo sírio.
Felizmente, pessoas corajosas como o senhor, os bispos
eméritos argentinos e milhões de pessoas no mundo, como na Inglaterra, se
mobilizam contra a associação com os criminosos de Obama, ao ponto de constranger
o Parlamento Inglês a não aprovar a dança da morte promovida pelos assassinos
do norte da América.
Bin Laden também tinha razão ao entender que os Estados Unidos deveriam ser varridos do mundo. É verdade, como potência imperialista destrutiva do mundo devem ser destruídos. O mundo não precisa de impérios arrogantes e do mal. A diferença de luta, no entanto, está no fato
de que a paz é o único caminho justo de emancipação dos povos, pela justiça
social, pelo fortalecimento dos blocos como os do Sul-Sul, Unasul, Cone Sul,
Brics e outras parecerias de cooperação entre os povos e banir alianças com o
império da guerra, da destruição da humanidade e do planeta. O povo
trabalhador, os negros, os pobres, os chicanos, os exilados nos Estados Unidos
precisam se unir para salvar o povo de lá das garras e patas do destruidor prepotente. Não há o menor cabimento um País arrogar-se xerife do mundo e
decidir o que é bom e o é que ruim para os outros.
Sei que há pessoas que não concordam com a linguagem frontal
que adoto aqui contra os opressores. Respeito-as, mas não vejo como usar de
luvas de pelica com quem derrama bombas mortíferas contra crianças, velhos,
mulheres e trabalhadores, no afã de incendiar o mundo. A única gentileza viável
com os opressores e bandidos que destroem o mundo é a da verdade. Também é
bobagem jogar a bunda para cima e socar a cabeça no chão para pedir que Deus vá
lá sensibilizar o bandido mor Barack Obama. A única oração válida é a da luta
unida contra o opressor, sem alienação e sem falsa piedade, típica dos preguiçosos.
“Reza reza” não leva a lugar nenhum.
O exercício de interpretação em práticas corretas do que
pensava o desesperado Bin Laden é o de entender quem é o inimigo principal
hoje: é o imperialismo estadunidense e sua besta fera jogando fogo pelas
ventas, a Otan. Doe-me sempre recordar a destruição do Iraque – antiga Babilônia
histórica – do Afeganistão, da Líbia construída sobre o deserto, que se enriquecia
para seu próprio povo e de tantas vidas promessas de futuro para a humanidade,
sem depender da estupidez do inimigo dos pobres e dos povos. Agora esse
pusilânime e bobo empregado da ganância das petroleiras sionistas e americanas,
Barack Obama, novamente, como seu antecessor e incapaz mental para o cargo,
Georg W. Bush, ainda hipocritamente diz que está em dúvida se ataca ou não a
Síria. Claro que já decidiu, sem personalidade e sem força política, invadir a
Síria e matar seu presidente Bashar La Assad.
Parabéns Bispo Frank e à sua Igreja Metodista Argentina, que
não se aliena, não se vende ao neoliberalismo, que não trai os oprimidos nem a
Jesus, que não segue a agenda da nefasta teologia da prosperidade, que
enriquece bispos, pastores e igrejas coxinhas em cima de um povo miserável e
pobre, como aqui no Brasil.
Abaixo posto com prazer a “Declaração da Igreja Metodista Argentina
em face do eminente ataque estadunidense à Síria.”
Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz.
Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano.
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Declaración de la Iglesia Evangélica Metodista
Argentina ante el inminente ataque a Siria
Los conflictos bélicos que se suceden en el Medio Oriente,
liderados por los Estados Unidos con el apoyo de Gran Bretaña y
Francia, han estado afectando la frágil paz en el mundo. En
nombre de la libertad muchos miles de personas han perdido la vida y muchos
otros han quedado sin hogar ni esperanza.
Con falsos argumentos se invadió a Irak y, nuevamente, con
argumentos sin confirmación se justifica lanzar ahora un ataque contra
Siria. Nuevamente se ha obviado recurrir a las Naciones Unidas. Además
pareciera que el silencio o el apoyo de la familia Abrámica
(Judíos, Islámicos y Cristianos) acompañara esta cruel
aventura bélica, que es un pecado atroz e imperdonable ante Dios, la
humanidad y la historia.
Como Iglesia Evangélica Metodista Argentina y parte del pueblo que
aboga por una paz verdadera, urgimos a los responsables de un posible ataque,
para que recapaciten sobre las consecuencias a que nos puede llevar una
conflagración que cercenará vidas inocentes y puede convertirse
en una herida social sin cura.
Los países cuya herencia cristiana parecen haberla dejado a un
lado, olvidan que el mandamiento del “No matarás” sigue
vigente y urgente y que Jesús anuncia como un desafío:
“Bienaventurados los pacificadores, porque serán llamados hijos
de Dios” (Mateo 5: 9).
Obispo Emérito Federico Pagura
Obispo Emérito Aldo Etchegoyen
Obispo Emérito Nélida Ritchie
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