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quarta-feira

Os Judas se mostram somente onde e quando há mobilização e vida: cuidado!

SUSPEITO É FILHO DE 
EMPRESÁRIO DE TRANSPORTE

Seria responsável por alguns dos mais violentos atos de ontem
A Polícia Civil prendeu o jovem identificado como Pierre Ramon, que aparece em imagens como um dos integrantes do grupo que destruiu a entrada da Prefeitura de São Paulo durante os protestos contra o aumenta da tarifa na terça-feira (18)



Querida amiga e admirável Miriã


Tua biografia é admiravelmente rica de fé na luta do povo e nas conquistas construídas organizadamente pelos que são fiéis à libertação dos oprimidos. Titubeaste em dado momento ao fazeres crítica injusta ao teu líder, que empenhadamente se consagrou no encaminhamento das demandas libertárias de teu povo. É assim mesmo Miriã, há dados momentos que conversas queixosas sem encaminhamento justo das soluções derrapam no atoleiro do conteúdo vazio e no alvo equivocado da crítica.  Crítica mal encaminhada e falsamente fundada pode levar a juízos que se aproximam muito do conceito de fofocas e de tentativa de desgaste da liderança a quem muito admiravas. Felizmente aceitaste as ponderações de teu líder, te submeteste, pelo bem da luta, à correção que te custou isolamento temporário e rápido. Tua autocrítica humilde e sábia te reencaminhou mais fortalecida ao rumo da luta e da justiça. Vale ressaltar que crítica injusta não é a mesma coisa que traição, principalmente quando sucedida de autocrítica na prática de quem humildemente se dá conta de que errou, mas que inteligentemente retorna para a luta. Foi isso que aconteceu contigo. Parabéns. Penso que tal autocrítica se reveste de muito valor, principalmente porque tua luta é reforço também para a caminhada das mulheres de todas as épocas e lugares.  



Por falar em falsa crítica que vira traição é bom lembrarmos o símbolo que representa Judas, o Iscariotes. Essa figura triste emerge da experiência das comunidades cristãs primitivas que produziram os evangelhos. Sabe-se que a pessoa do Judas é o de um jovem promissor, culto e inquieto, que aderiu ao movimento de Jesus. O Libertador nele confiou ao ponto de lhe entregar a economia do grupo apostólico. A confiança de Jesus veio de sua observação de que o rapaz era promissor. Mas daí para frente os Evangelhos o tratam como um traidor e suicida fracassado, que não conseguiu resolver suas dúvidas sem trair e sem ser atropelado pelo remorso mortal.



A traição é vizinha da fofoca e da crítica vazia, ansiosa e sem compromisso grandioso com a libertação. O traidor enrosca-se em seu ego e em seu mundinho pessoal. Torna-se messias de si mesmo, sem povo e sem projeto, embora até grite alguma coisa e realize algumas investidas, mas seus passos e ações merecem ser cuidados e vigiados para que os prejuízos não danifiquem projetos e pessoas. A comida  do traidor é o mal e seu comportamento é o de ser injusto e aliado dos opressores. Algumas vezes se omite dos fatos sociais noutras critica venenosamente quem luta. A traição é valor que age em pessoas em todos os âmbitos e instituições: nas religiões, nas relações políticas, na família, em toda a parte.



O evangelho de Mateus cunha uma figura que nos ajuda a entender o terreno onde nasce e se desenvolve o traidor. A parábola do joio e do trigo contada por Jesus sinaliza que o mal cresce juntamente com o bem, como trigo e joio crescem juntos e juntos devem ser colhidos. O joio pode ser confundido com o trigo, porém é venenoso, podendo destruir o trigo e, se ingerido, matar as pessoas. O evangelho de Mateus o chama de planta do mal, semeado pelo demônio.



Vivemos uma conjuntura desafiadora e delicada nesse momento no Brasil. Os protestos que tomam conta de todos os quadrantes brasileiros levantam bandeiras justas de um povo que pede passagem no desenvolvimento e participação nos seus frutos. Tudo indica que o nível de suportabilidade popular estourou os próprios limites da paciência, como disse uma jovem entrevistada na TV, “essa – referindo aos passes de ônibus – foi a gota d’água. Já estávamos por aqui – colocando a mão direita sobre o pescoço – e não aguentávamos mais”.



Ela tem razão e sua fala representa bem a energia represada e sem encaminhamento até agora. Indígenas massacrados por proprietários gananciosos e desumanos e por policiais despreparados e desalmados; Palombini a aumentar juros para dar nosso dinheiro aos banqueiros nacionais e internacionais; o Ministro Mantega doando nossos portos, nosso a exploração do petróleo e do pré sal, nossos aeroportos e portos para os empresários privados através das tais concessões, medidas neoliberais e atrasadas, que o povo rejeitou nas últimas eleições para Presidente; ônibus e trens, que transportam trabalhadores para o trabalho e para casa são verdadeiras fontes de roubalheira para abastecer máfias insaciáveis e anti sociais; terras concentradas nas mãos de proprietários gananciosos nacionais e internacionais servem como especulação e concentração de riquezas e de alimentos, priorizando o lucro desvairado; a saúde depauperada de investimentos  e que funciona apenas para os ricos que usam os serviços privados e caros, verdadeiro atentado ao povo; os bancos, que mandam e desmandam no País, são sugadores de dinheiro, como verdadeira máfia de mafiosos que não trabalham, vivendo à custa do trabalho do povo; o judiciário usado pela direita para golpear a democracia e o desenvolvimento, enfim, muitos problemas precisam ser enfrentados.


Debatedores sérios afirmam que a atual tentativa iniciada no Governo Lula e continuante com Dilma dá sinais de esgotamento. Há necessidade de um projeto de Nação que passe por reformas estagnadas atualmente. Sem desprezar o que o povo escolheu o atual modelo em alternativa ao lamentável neoliberalismo, é necessário avançar. É isso que movimenta as manifestações que colorem e movimentam o Brasil.



Porém, Miriã, não esqueçamos os traidores e bandidos que se misturam ao povo, ao trigo social. Eles agem e ameaçam. São impatrióticos e não vacilam em trair. Dou-te como exemplo o testemunho de um artigo do amigo Rodrigo Vianna, do blog Escrevinhador, que é de arrepiar tal é o barbarismo que direitistas promovem no meio dos protestos. São traidores terroristas que se propõem a incendiar o País para justificar golpes entreguistas e subservientes. Eu não me nego a dizer que esse tipo de gente deve ser preso, julgado, condenado e, como pena, obrigado a trabalho em serviços forçados. Seus  frutos são veneno que estragam o bom trigo e envenenam a sociedade inteira.


Na mesma linha vão os bobos como Silas Malafaia, boneco manipulado pela direita, o 3º pastor mais rico do mundo, segundo a Revista Forbes, que chegou ao cume da mentira ao dizer que os movimentos sociais são de propriedade do PT e que o mais genuíno é o que o ele começou com sua ridícula e fracassa manifestação à frente do Parlamento Federal no dia 05 de junho.  São Judas também os que abraçam essas bandeirinhas ridículas como ser contra ou a favor de casamento homoafetivo, cura gay, que não se situam no centro dos grandes problemas nacionais. São Judas também os estremados esquerdistas infantis que apelam para atos terroristas, abastecendo a agenda da mídia dominante e pró-imperialista.


Felizmente há trigos bons que produzem frutos suculentos do bem e da justiça, parecidos contigo, admirável Miriã. Estes são os casos de pastores evangélicos que foram às ruas apoiar o povo como membros da mesma luta. Esses homens, que não sugam as pessoas com o roubo do dízimo, que usam para o luxo, para compra de aviões, para hospedagens em hotéis de luxo e para passeios internacionais, entenderam qual é a proposta do Jesus que contou a parábola do trigo e do joio e não do Jesus vendilhão feito a imagem e semelhança dos lobos que assaltam e arrancam os coros das ovelhas.


Esta hora é momento de lutas. Para onde iremos? O governo Dilma avançará para continuar ou continuará a praticar a cantilena neoliberal, que tanta prejudica nosso povo e nosso País?


Abaixo posto o artigo do Escrevinhador.


Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz.
Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano.



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“Foda-se o Brasil”, gritava o rapaz em SP

publicada terça-feira, 18/06/2013 às 22:40 e atualizada terça-feira, 18/06/2013 às 22:38
por Rodrigo Vianna

A chegada ao viaduto do Chá foi surpreendentemente rápida. Trabalhadores e lojistas tinha ido embora mais cedo, deixando o centro de São Paulo estranhamente vazio às seis horas da tarde. Contornei o Teatro Municipal, e segui a pé, para cruzar o viaduto rumo à Prefeitura – onde os manifestantes se concentravam. Estava acompanhado da equipe de gravação da TV.

No sentido contrário, a massa marchava. Pareciam estudantes razoavelmente organizados: carregavam faixas de diretórios acadêmicos, bandeiras da UJS, mas também muitos cartazes desenhados a mão: “O Brasil acordou”, “Fora FIFA”, entre outros. Um rapaz me informou: ”estamos indo pra Paulista porque o Haddad nem está mais aí na Prefeitura”. Haddad tinha seguido ao encontro da presidenta Dilma, para uma reunião no Aeroporto de Congonhas. Pensei em tomar o rumo da Paulista, mas meu chefe de reportagem avisou pelo rádio: “acho melhor você ficar por aí, porque um grupo pequeno resolveu ficar pra atacar a Prefeitura”.


Pouco a pouco me aproximo do prédio. O grupo que ficou não era tão pequeno assim. E o que vejo e ouço é estranho – pra dizer o mínimo. Há homens mascarados, muita gente de coturno. E há também jovens que conversam com a gíria típica da periferia paulistana. Misturados a eles, moleques com jeito de playboys de classe média. Gritam palavras de ordem de forma desorganizada e aleatória.

Um menino, a meu lado, grita “Fora, petralhada”, e “Fora, Dilma”. Puxo papo, e ele conta: “Sou do grupo Mudança Já, que luta por menos impostos e uma gestão eficiente”. Esse não parece da periferia. Pelo papo e pelas roupas. De fato, mora no Jabaquara – bairro de classe média. O menino fala mal do MPL – Movimento Passe Livre, que puxou as manifestações desde o início. “Esses não me representam, são agitadores e falam com jeito de comunista”.

Êpa…

De repente, o grupo dos mascarados se exalta e avança sobre os portões da Prefeitura. Voam pedras, arrancadas do calçamento do centro antigo. Pedras portuguesas. Jovens mascarados arremetem contra os homens da Guarda Civil Metropolitana. Um deles usa camiseta branca justa, bota em estilo militar e age com a volúpia típica dos provocadores que conhecíamos tão  bem nos anos 80 – quando a Democracia ainda engatinhava. É o rapaz que aparece nas fotos acima…

Alguns picham as paredes da Prefeitura. A turma mais moderada grita: “sem vandalismo”. Os mascarados devolvem: “sem moralismo”. Um rapaz passa a meu lado e grita: “vamos quebrar tudo”. E quebram mesmo.* Pedras voam perigosamente sobre nossas cabeças.

Mas a imagem mais chocante eu veria logo depois. Um grupo segura uma bandeira brasileira e queima. Um rapaz grita: “foda-se o Brasil, Nacionalismo é coisa de imbecil”. E aí tenho certeza que há um caldo de cultura perigoso por aqui.

Um Brasil fraco, um Estado nacional sob ataque, não será capaz de melhorar a vida do povo. Isso interessa para os conservadores e para seus aliados nos Estados Unidos.

De repente, chega um grupo novo, mais de cem pessoas. Trazem uma faixa amarela, com a frase “Chega de Impostos – Mooca”. O bairro da Mooca é um reduto da classe média – em geral, conservadora. A palavra de ordem é “Fora, Dilma”.

Um funcionário da Prefeitura meio gordinho aparece na janela. Ao meu lado, um grupo berra pra ele: “Gordo, filho da puta, você vai morrer. Você come nossos impostos, filho da puta”.

Penso com meus botões: essa turma  foi pra rua pra pedir serviços públicos de qualidade e, de repente, está pedindo também menos impostos, menos Estado. E queimando a bandeira do Brasil. O que é isso? 

Ah, é o sintoma de uma sociedade que incluiu jovens pelo consumo, sem politização. Ok. Isso está claro. Desde 2010, dizíamos nos blogs que essa equação do lulismo poderia não fechar. Despolitização? Ou pior que isso: um pé no fascismo? O discurso que nega a Política é a melhor forma de deixar a avenida aberta para uma Política autoritária.  

Claro que o povo na rua é muito mais que isso. O recorte que descrevo acima é bastante específico. Entre os milhares que foram para a Paulista, na segunda e na terça-feira em São Paulo, havia muita gente progressista, disposta a mudar o Brasil. Mas ali também imperava o “Fora, Políticos”. Ora, se todos foram eleitos, o que será que essa turma imagina? Sovietes no Grajaú e no Morro do Alemão? Nada disso. A idéia de muitos por hora é botar fogo em tudo. Qual será o fim disso?

A esquerda organizada, hoje tive certeza, precisa disputar as ruas. Lula precisa reaparecer e botar o bloco na rua.

Outro dia escrevi aqui: quando vemos esse clima de “Fora, todos os Políticos” podemos imaginar duas saídas possíveis

-  a Argentina que escolheu os Kirchner para se recuperar depois do caos;

- ou a Espanha, que levou jovens “indignados” para as praças (e lá também bandeiras de partidos eram “proibidas”) mas no fim das contas elegeu os franquistas do PP.

No Brasil, o jogo está sendo jogado. A massa lulista – aquela massa forte das periferias das capitais, e do Nordeste – essa massa não está nas ruas. Isso ficou claro pelo que vi e ouvi nas ruas de São Paulo.

Nas ruas há uma mistura: ultra-esquerda, nova esquerda, indignados em geral e, infelizmente, também há o velho lúmpen que pode virar – fácil, fácil – caldo de cultura para uma saída autoritária.

Quem conhece bem a história do Brasil não ficaria surpreendido se, desse processo todo, nascesse não “uma nova política”. Mas um governo (mais) conservador, que botasse o Brasil de novo “nos trilhos” da submissão aos EUA, jogando fora os tênues avanços da Era Lula.

Afinal, “foda-se o Brasil”, não é?  Essa cena não vou esquecer: a nossa bandeira queimada por jovens tresloucados que afirmam querer mudar o país. Foi estranho.

* Ao fim da manifestação, parte dos jovens mascarados avançou em direção ao carro da TV Record que estava diante da Prefeitura e tocou fogo no veículo. Tudo que parece – ou é –  símbolo de poder acaba virando alvo. Nenhum jornalista ficou ferido. O alvo era a empresa.

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